Patologias

Ceratite ulcerativa




foto: freedigitalphotos

A córnea dos animais é formada basicamente por 4 camadas: Epitélio, estroma, membrana de Descemet e endotélio.

As úlceras corneais são soluções de continuidade de uma ou mais camadas da córnea ocasionadas por traumas físicos, químicos, infecciosos e etc...

Podemos classificar as úlceras pela profundidade da lesão: Úlceras superficiais quando vemos envolvido somente o epitélio corneal, úlceras profundas quando ocorre o envolvimento da camada estromal, descemetocele quando chega à menbrana de Descemet e ruptura ou perfuração corneal.

Ao chegarmos à fase de ruptura em seguida teremos prolapso da íris pela ferida, vemos ainda outras estruturas intraoculares se apresentando e subsequente desenvolvimento de endoftalmite.



foto: Sove

Todo o tratamento de qualquer tipo de ulceração corneal começa a partir de sua provável etiologia.

Temos nas causas mecânicas as abrasões, os corpos estranhos, queratites de exposição, os entrópios, as alterações de cílios como as triquíases, as distiquíases e os cílios ectópicos.

Nas causas infecciosas temos as infecções bacterianas, micóticas e virais. Temos ainda queratoconjuntivites secas, queratopatias bolhosas, queratopatias neurotróficas (paralisia de um ramo do nervo trigeminal).

Praticamente todo animal com úlcera corneal tem dor, blefaroespasmos, epífora, descarga ocular purulenta, fotofobia, miose, edema corneal, perda da transparência da córnea. Toda a vez que houver algumas das condições acima é inprescindível se colorir o olho com tintura de fluoresceína.

A fluoresceína possui solubilidade aquosa e se difunde e se fixa em meio aquoso. A camada corneal que possui solubilidade aquosa é a segunda camada, denominada estroma corneal.

Em equinos de salto ou corrida é comum queratites de etiologia fúngica cicatrizarem mantendo uma mancha clara (leucoma ) extremamente dolorosa e fluoresceína negativa. Após o diagnóstico diferencial é necessário fazer-se um transplante corneal penetrante a fim de curar o problema.

Alguns transplantes a maioria sofre rejeição mesmo sob Ciclosporina tópica acarretando perda da transparência no local do transplante, porém o animal permanece sem dor o que por si só já é o suficiente para se tentar a cirurgia.

As queratites fúngicas tem que sofrer tratamento com drogas tópicas antifúngicas como Pimaricina ou Miconazole. Culturas para identificação de microorganismos são por vezes necessárias.

Dou sempre preferência a utilização de antibióticos aminoglicosídeos pois por vezes (a maioria) temos envolvimento de Pseudomonas aeruginosa.

Esta bactéria associada à normal cicatrização produzem ambas substâncias químicas conhecidas como proteases e também colagenases. Enzimas estas que digerem os tecidos e criam a figura comum em oftalmologia veterinária conhecida como "melting cornea" que quer dizer derretimento pois o que ocorre é a liquefação dos tecidos.



foto: Sove
Os corticosteróides tópicos potencializam enormemente essas substâncias, diminuem a força da cicatrização, da regeneração epitelial, endotelial e atividade fibroblástica.

As úlceras corneais devem ser tratadas conforme sua severidade.


Os meios de tratamento cirúrgicos incluem uma variada gama de procedimentos que incluem, tarssorrafia, cobertura com retalhos de menbrana nictante transposições corneoesclerais e cobertura com retalhos de conjuntiva.

Nunca deixe de usar fluoresceína em olhos doloridos e reacionais.

Trate as úlceras conforme sua gravidade sempre lançando mão caso necessário de recursos cirúrgicos que podem salvar o olho de um paciente seu.

Fonte do artigo: http://www.greepet.vet.br/

Dr. Luciano Carneiro Filho
Médico Veterinário
Diplomado Colégio Latino Americano de Oftalmologia Veterinária.
Microcirurgia, Catarata por Facoemulsificação, Ultrassonografia, Eletroretinografia, VEP, Anestesia Inalatória.
Rio 21 25474405 - Niterói 21 26116252 - Petrópolis 24 22429016 - Unigranrio 21 26727858
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